A vacina brasileira contra cocaína e crack da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, venceu o Prêmio Euro Inovação de Saúde. A Calixcoca ganhou na categoria “Destaque”. Ela atua de forma preventiva no tratamento de dependentes químicos.
O Prêmio Euro é organizado pela multinacional farmacêutica Eurofarma, que atua em 20 países, e foi divulgado esta semana em São Paulo.
“Essa conquista representa uma grande vitória para a comunidade de pesquisadores da UFMG e para a ciência brasileira. A Calixcoca traz esperança por se apresentar como uma importante alternativa de tratamento contra as drogas”, afirmou Sandra Goulart Almeida, reitora da UFMG.
Apesar de não ter uma data certa para o lançamento da vacina, Sandra falou quais serão os próximos passos para que o imunizante seja colocado para uso.
“Há, ainda, um longo caminho a percorrer, e esse prêmio nos estimula a continuar trabalhando para que a vacina cumpra todas as suas etapas de desenvolvimento”, destacou a reitora.
Independentemente disso, para os pesquisadores, a conquista do Prêmio Euro é sobretudo o reconhecimento do empenho de um grupo imenso pela causa social.
A vacina deve ser utilizada como prevenção primária de transtornos mentais, como no caso da proteção aos fetos gerados por dependentes de cocaína grávidas que forem vacinadas, algo inédito na psiquiatria.
O que se pretende é enfrentar a dependência em cocaína e seus derivados, como o caso do crack. As substâncias são consumidas por mais de 18 milhões de pessoas no mundo, segundo as Nações Unidas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Classificação Internacional de Doenças (CID) considera a dependência química uma doença que deve ser tratada no âmbito da saúde mental.