Edu Lobo chega aos 80 anos no posto de gênio mais discreto da MPB.
Chico Buarque foi um grande parceiro de Edu na criação de antológicas trilhas sonoras para espetáculos de dança e teatro – trilhas que começaram a ser eternizadas há 40 anos com a edição do disco O grande circo místico (1983).
Discípulo da maestria soberana de Antonio Carlos Jobim, com quem dividiu de igual para igual o álbum Edu & Tom – Tom & Edu (1981).
O primeiro título relevante da discografia do artista foi: A música de Edu Lobo por Edu Lobo, gravado com o Tamba Trio e editado em 1964. No ano seguinte, Edu viu a inédita música Arrastão (1965) – parceria com Vinicius de Moraes vencer o primeiro festival de relevo na voz de Elis Regina.
Gravado pelas maiores cantoras do Brasil, Edu Lobo optou por desenvolver o requintado cancioneiro autoral, conciliando na criação a própria identidade autoral (nítida desde o disco de 1964) com a referência máxima de Jobim e com a influência musical da ascendência pernambucana, herdada do pai, o compositor e jornalista Fernando Lobo.
Compositor que domina a arte de criar melodias e harmonias, Edu geralmente recorreu a parceiros letristas como Aldir Blanc, Cacaso, José Carlos Capinan, Paulo César Pinheiro, Torquato Neto e Vinicius de Moraes, o primeiro parceiro relevante, letrista de obras-primas como Canto triste (1966).
Com Chico Buarque, Edu compôs a partir dos anos 1980 uma série de canções pautadas pela maestria de ambos. Beatriz (1983), Choro bandido (1985) e Valsa brasileira (1988) são algumas dessas canções que seduzem vozes refinadas como a de Mônica Salmaso, a cantora preferida de Edu na atualidade.
Enfim, qualquer ouvinte e admirador de MPB tem noção da dimensão de Edu Lobo na história da música brasileira. E a discrição do artista somente contribui para torná-lo ainda maior, hoje, 29 de agosto de 2023, dia do 80º aniversário do gênio mais reservado da MPB.
