Ele vendia balas em semáforos e se tornou campeão no Aberto da Austrália. Quem estava em um dos veículos era Léo Butija, técnico da seleção brasileira de tênis em cadeira de rodas, que observou o jovem e resolveu lhe fazer um convite. Em janeiro, quase três anos depois daquele encontro, o brasileiro colocou um troféu do Aberto da Austrália na prateleira.
Luiz, de 17 anos, nasceu com pseudoartrose (a perna direita é menor que a esquerda), e o trabalho informal nas ruas de Belo Horizonte ajudava no sustento da família, juntamente ao salário que a mãe ganhava como faxineira — ele tem ainda um irmão que hoje tem 7 anos e uma irmã de 19.
O jovem chegou ao Butija Social Esporte e Cultura sem conhecimento algum de tênis em cadeira de rodas, e os primeiros contatos com a modalidade foi como catador de bolinhas. Mas logo começou a treinar nas horas livres, e superou os obstáculos iniciais.
Em 2023, no Parapan de Jovens de Bogotá, o mineiro levou três medalhas: o ouro nas duplas mistas, a prata nas duplas masculinas e bronze no Individual. Agora, na Austrália, conquistou o primeiro Grand Slam — chegou ao topo do pódio nas duplas, ao lado de Charlie Cooper, dos Estados Unidos.
O ciclo que está um curso ainda tem competições que Luiz almeja participar — e por que não conquistar —, e não esconde o sonho de se classificar para as Paralimpíadas de Los Angeles, em 2028. Paralelamente a isso, o jovem de 17 anos também indica que quer fazer faculdade, mas ainda não sabe se vai tentar ingressar ainda este ano.