Conceição Evaristo é a primeira mulher preta na Academia Mineira de Letras em 115 anos
A escritora e poetisa Conceição Evaristo fez história mais uma vez ao se tornar a primeira mulher preta a entrar na Academia Mineira de Letras, desde a criação da instituição em 1909, ou seja, em 115 anos.
Com 77 anos de idade, ela passa a ocupar a cadeira 40, que antes pertencia à romancista Maria José de Queiroz, que morreu em novembro do ano passado. Nascida em Belo Horizonte, Conceição Evaristo cresceu na favela do Pindura Saia, na Região Centro-Sul da capital mineira.
Desde então, a jornada dela tem sido marcada por uma grande produção literária, que a estabeleceu como uma das escritoras brasileiras mais influentes da atualidade.
Foi ela quem introduziu o conceito de “escrevivência”, uma forma de escrita enraizada no cotidiano e nas experiências pessoais. O contexto é fundamentado na fala de mulheres pretas escravizadas, que tinham de contar suas histórias para ninar os filhos dos senhores da casa-grande.
A trajetória de Conceição Evaristo no mundo das letras começou em 1990, quando teve a primeira publicação dentro da série Cadernos Negros, uma antologia organizada pelo grupo de escritores afro-brasileiros de São Paulo, o Quilombhoje. Ao longo de sua carreira, a escritora já acumulou inúmeros prêmios e reconhecimentos pela contribuição à cultura brasileira.