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Como mulheres escravizadas usaram o acarajé para conseguir liberdade na BA
Cultura
Publicado em 24/10/2023

Originalmente feito com a massa de feijão-fradinho, cebola e sal, e frito no azeite de dendê, o acarajé, embora hoje seja um patrimônio brasileiro, não nasceu aqui no país.

De acordo com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a receita tem origem no Golfo do Benin (sudoeste da atual Nigéria), na África Ocidental, e chegou ao Brasil no período da escravidão.

O nome acarajé é uma junção de duas palavras na língua iorubá: akará = bola de fogo e jé = comer, ingerir. Assim, acarajé significa "comer bola de fogo.

No início, o acarajé não tinha fins comerciais, mas estava intrinsecamente ligado à fé dos escravizados africanos no culto dos orixás, em religiões como o candomblé, a umbanda e o vodum. É pela comida que existe a partilha, a homenagem e a comunicação com os orixás.

Aline Chermoula, professora e pesquisadora da cozinha ancestral afrodiaspórica, explica que aqui no Brasil essa dimensão do sagrado se amplia e o acarajé começa a ser uma comida de rua e ter fins comerciais.

É por meio da venda do acarajé, por exemplo, que muitas mulheres conhecidas como "escravas de ganho", pessoas obrigadas pelos seus senhores a realizar algum tipo de trabalho nas ruas, vão conseguir sua própria alforria ou até comprar a alforria de outros escravizados.

No Benin, akará. No Brasil, acarajé

No continente africano o bolinho de feijão fradinho é conhecido como "akará". Ao contrário do consumo no Brasil, ele não é servido com acompanhamentos. A tradição de comer o acarajé junto ao vatapá, o caruru e camarão é criada aqui no Brasil em meados do século 20.

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