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Cientistas encontram em Pernambuco árvore desaparecida há 185 anos
Curiosidades
Publicado em 26/09/2023

Uma equipe de cientistas brasileiros, com o apoio da ONG Re:wild  que tem como um dos membros fundadores o ator Leonardo DiCaprio —, identificou quatro árvores de azevinho, cuja última observação datava de 185 anos. Os arbustos, da espécie Ilex sapiiformis, foram encontrados no município de Igarassu, na região metropolitana do Recife, em Pernambuco. Anteriormente, o local foi uma densa floresta tropical atlântica, mas agora é composto principalmente por áreas urbanas e plantações de cana-de-açúcar. A equipe da expedição, liderada pelo ecologista Gustavo Martinelli, da Navia Biodiversity Ltd., passou seis dias pesquisando em diferentes áreas do Recife. A descoberta se deu no dia 22 de março e foi divulgada recentemente.

“O azevinho pernambucano está em situação de emergência agora”, disse Martinelli. “Pode estar à beira da extinção porque, até onde sabemos, existem apenas quatro indivíduos da espécie. E esses indivíduos estão em uma área de mata ciliar degradada, apesar de protegidos por lei.”

De acordo com os pesquisadores envolvidos, a identificação do arbusto é complexa e, até então, havia pouco material que pudesse ajudá-los a conhecer suas características. A constatação foi possível graças às minúsculas flores verdes típicas da espécie. Agora, além de continuar as buscas por mais azevinhos pernambucanos, os cientistas também esperam conseguir coletar sementes da árvore e germiná-las, na tentativa de impedir sua extinção.

Para isso, uma equipe do Jardim Botânico de Recife está monitorando os quatro arbustos encontrados e retornando semanalmente ao local para verificar se as árvores estão frutificando.

Tão logo sejam coletados, “o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) deve iniciar a etapa de germinação para tentativas de reprodução do material”, segundo divulgado pelo Jardim Botânico em comunicado.

 

"A natureza nos surpreende. Encontrar uma espécie da qual não se ouve falar há quase dois séculos não acontece todos os dias. Foi um momento incrível, e a emoção foi sentida por toda a equipe. Quando olhei para o professor Milton Groppo, vi que ele estava com lágrimas nos olhos."

Juliana Alencar

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