Superman decola o novo universo cinematográfico DC rumo à esperança
Desde o momento em que James Gunn foi anunciado como o responsável por reimaginar não só o Super-Homem, mas também todo o universo DC após o fracasso do projeto da década passada, a expectativa pairava nos ares como o próprio herói, desafiando a gravidade dos olhares céticos e a esperança dos fãs. Conhecido por sua habilidade de equilibrar irreverência, humanidade e espetáculo em obras como "Guardiões da Galáxia" e "O Esquadrão Suicida", que o promoveu a CEO do DC Studios, Gunn traz ao ícone dos quadrinhos uma abordagem fresca, mas reverente, que renova o mito sem desrespeitar suas raízes. Gunn acerta logo ao humanizar Clark Kent, afastando-se da figura messiânica intocável e trazendo à tona as dúvidas, anseios e conflitos de um ser extraordinário tentando encontrar seu lugar entre os humanos. A escolha do elenco revela-se certeira, pois todos possuem uma química especial em cena. O roteiro escapa da armadilha do excesso de grandiosidade, optando por um equilíbrio entre cenas de ação empolgantes e momentos de introspecção. James Gunn costura diálogos ágeis, cheios de humor sutil e sensibilidade, sem perder o tom épico necessário a um filme do Super-Homem. A trilha sonora — sempre um destaque nos trabalhos do cineasta — pontua as emoções sem ser intrusiva, principalmente quando a clássica de John Williams adentra à ação, e os efeitos visuais entregam cenas aéreas que exploram plenamente o deslumbre do voo e da superforça, sem escorregar em exageros digitais. O antagonista, longe de um mero vilão cartunesco, surge com motivações complexas e discurso atual, servindo como espelho e desafio ético ao protagonista. Gunn não teme abordar questões contemporâneas, utilizando a ficção científica como lente para temas como xenofobia, poder e responsabilidade coletiva — sem soar panfletário, mas sem abdicar de posicionamento. Talvez o maior mérito do filme seja conseguir dialogar com a tradição do personagem, homenageando desde o otimismo clássico de Richard Donner até ecos mais sombrios das versões recentes, mas sempre com a assinatura leve e afetuosa de Gunn. O resultado é um Super-Homem que inspira, diverte e convida à reflexão, resgatando o sentimento de maravilhamento essencial ao mito. Com o sucesso iminente do filme, o novo universo cinematográfico DC decola de forma promissora, sugerindo uma nova formação da Liga da Justiça com os já estabelecidos Lanterna Verde e Mulher-Gavião, aliados do Homem de Aço na história. "Superman", sob o olhar de James Gunn, é mais do que uma aventura de superherói: é um convite à esperança, à empatia e à coragem de voar acima do cinismo moderno. Um filme que, sem renegar as sombras, faz brilhar novamente o símbolo de esperança no peito do Homem de Aço — e, talvez, em cada espectador que se permite acreditar no impossível.
Eu sou Vinícius Miller no seu Momento Geek.